15 novembro 2010

Trabalho: Maldição ou privilégio?



Graça e Paz!

Não é raro ouvirmos afirmações do tipo: "Se não fosse Adão, hoje a gente não trabalharia" ou "Se Adão e Eva não tivessem pecado, estaríamos hoje só aproveitando". Será mesmo?

Esta falácia, talvez, tenha nascido de um entendimento errado de um trecho do livro de Gênesis. Mais precisamente Gn 3.19: "Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó, e ao pó voltará". 
Este texto refere-se ao episódio em que Deus informa sobre as consequências da desobediência do primeiro casal. Daí então, alguns entenderam, erroneamente, que o trabalho é uma espécie de maldição de Deus por conta do pecado original.

Mas, seria esta a interpretação correta acerca deste assunto?




Para responder a esta pergunta, devemos perceber o trabalho a partir da ótica de Deus.

Primeiramente, o trabalho foi instituido por Deus, muito antes do primeiro pecado humano, conforme lemos em Gênesis 2.15: "O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo."

Esta única afirmação é muito preciosa para esse nosso breve estudo, já que além de esclarecer a questão da tal "maldição" nos dá uma pista muito interessante sobre o objetivo do trabalho.

Vamos analisar então esta frase de maneira a enxergarmos este assunto por outro ponto de vista.

A tarefa de cuidar do jardim foi dada por Deus como um presente para o homem, assim como tudo o que fizera até então (e faz até hoje).
A própria frase indica qual é o objetivo de tal tarefa, "para cuidar dele (...)".
Quando Deus deu esta imcumbência ao homem, desejava que ao mesmo tempo em que ele interagisse com o mundo recém-criado, aprendesse a amá-lo e preservá-lo. Esta era a finalidade original.

A única coisa que mudou após o pecado, foi a atribuição do trabalho ao sustento. Deus condicionou a vida do homem e seu sustento através de seu trabalho, já que, ao pecar, o homem declarava "independência" de Deus.

O que mudou nos dias de hoje?
Mudou que as pessoas em sua grande maioria passaram a ter como alvo final de seu trabalho, algo que é consequência: a remuneração.
Não mais trabalhamos para interagir, amar e preservar a criação de Deus. Antes, doamo-nos ao labor com o intuito de pagar nossas contas e sobreviver a mais um mês. Deste modo, a ocupação vira um peso, nos sentimos como se estivéssemos correndo atrás do próprio rabo. E quando vemos, a vida passou.

É preciso enxergarmos a possibilidade de exercermos nossa profissão como um grande privilégio, um presente dado por Deus, para que possamos preservar a criação, cooperando com Ele para que este mundo seja um lugar cada vez melhor para se viver.
Quando enxergamos nosso trabalho do ponto de vista vocacional, este deixa de ser um fardo, e passa a ser um mundo de possibilidades.
Quando vemos em nossa carreira a possibilidade de colaborar para um mundo mais justo e digno, o salário passa a ser secundário, visto apenas como consequência.

Que possamos caminhar nesta visão, de que o trabalho é um grande presente de Deus, para que nos tornemos seus ajudantes na tarefa de manter e preservar toda a criação.

Que Deus te abençõe!

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