27 novembro 2010

Sobrenomes Judaicos Portugueses e o Preconceito


Sobrenomes Judaicos Portugueses e o Preconceito
Prof. João B.M. Filho

 
Você com certeza já ouviu falar do famoso cientista judeu Alberto Pedroso ou do pai da psicanálise, Sigmundo Alegria. Se for brasileiro, certamente já ouviu falar do famoso Rabino Henrique Oliveira. Em tempos mais antigos os nomes e sobrenomes normalmente eram traduzidos quando você mudava de pais, embora hoje, já não tenhamos mais tal costume.

Alberto Pedroso é a tradução do nome Albert Einstein, Sigmundo Alegria é a tradução de Sigmund Freud, e Henrique Oliveira é a tradução do nome do famoso Rabino Henry Sobel. Como você pode ver, em suas línguas originais, estes nomes e sobrenomes não são tão cheios de pompa como parece para nós, à primeira impressão. Em seus paises de origem estes nomes soam exatamente como nesta tradução para o português.

É engraçado que quando um judeu (Ben Anussim) com sobrenome Oliveira, Machado, Moraes ou Guimarães aparece, as pessoas duvidam de sua judaicidade e chegam a pensar, de primeira impressão que são católicos.  Entretanto é fato histórico, que muitos, pra não dizer a maioria, dos brasileiros e portugueses com estes sobrenomes tem tanto ou até mesmo mais sangue judeu que os famosos Hoffman (Lavrador), Mayer (Fazendeiro), Goldstein (Minerador de ouro), Zimmermann (Carpinteiro), Silverstein (Pedra de prata), Roth (Vermelho), Krantz (Coroa), Baumann (Agricultor) ou Handel (Comerciante).

Assim como muitos Oliveira ou Pereira não tem uma só gota de sangue judeu, também incontáveis Hoffman ou Goldstein a não tem. Muitos dos sobrenomes germânicos e de outras origens ashkenazi tem equivalentes a sobrenomes muito comuns em descendentes de judeus portugueses. Exemplos muito interessantes são nomes como Pedroso (Eistein), Rocha (Stein) ou mesmo Oliveira (Zait, Zaiten, Zeiti, Zveibel, Zeituni, Zvibel, Svibel, Sobel). Nenhum destes se encontra no Tanach (Bíblia Hebraica) e nem mesmo entre os sobrenomes dos judeus na Antiguidade (até porque os judeus não usavam necessariamente algo que se possa chamar de sobrenome). Todos estes são nomes adaptados com o tempo (ou forçados com as circunstâncias, em especial com a Inquisição), que não tem nada de essencialmente "judaico". O que muda destes sobrenomes tidos por judaicos e os portugueses? Apenas o idioma.

Pense nisso!

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